05/08/2009
As meninas estavam bem animadas e eu nem sei distinguir,mas eu queria aproveitar muito o meu dia livre.
Tudo preparado. As meninas e eu estramos no carro.A estrada estava bem calma,pelo menos pra um domingo. O bom de tudo é que o carro estava espaçoso e eu avencei o sinal várias vezes. Não vi que havia algum problema nisso,afinal as pessoas não estava na rua. Achei que não fosse dar problema. Cheguei na estrada em que a Elisa marcou conosco. Porém a Elisa não estava lá. Resolvi telefonar pra ela. Que de imediato nos contou que preferiu ficar em casa,porque pelo horário que iria voltar,não daria tempo de ir pra igreja. ( Esqueci de contar pra vocês que a Elisa é mega religiosa e super chatinha quando se refere a Deus) não preciso dizer que eu fiquei irritada com ela né? Fazia tempo que não tinha uma folga e que eu podia aproveitar com minhas amigas. Mas eu deveria saber,afinal a Elisa sempre fura com a gente.
Então foi isso,o passeio não podia acabar por conta da frescura da Elisa. Eu queria mesmo era curtir,com ela ou não,não fazia diferença.
Chegamos na fazenda quase ao meio dia,não tínhamos muito tempo para aproveitar,uma vez que as meninas e eu teríamos que trabalhar no dia seguinte.
A fazenda era do meu falecido avô e quem cuida da fazenda é um caseiro. Eu dei folga pra ele,porque se minha mãe descobrisse que minha intenção seria ''encher a cara'',digamos que ela não gostaria nada dessa ideia.
Bom,levamos alguns litros de vodka e achei um aparelho de som escondido,deu pra usar. O dia passou bem rápido. A única que não se divertiu nada foi a Alice,preferiu brincar com os cavalos.
Já estava escurecendo quando escutei um grito,e era a Sol. Eu não estava conseguindo me levantar. Estava tudo girando ao meu redor. E eu só escutava um grito ''Saí daí Nicoly,saí logo'' e eu simplesmente caí no chão. Eu me acordei 1 mês depois no hospital. Quando eu abri os olhos eu vi minha mãe sentada na cadeira,ela estava orando e estava chorando. Eu não entendia nada do que estava acontecendo. Minha mãe percebeu que eu tinha acordado e me abraçou. Os médicos chegaram até mim e fizeram alguns exames.
Eu não consegui movimentar minha boca,era como se ela estivesse grudada com adesivo. Eu tinha perguntas,mas eu não sabia como fazer.
O médico resolveu me contar o que estava acontecendo. Ele me disse que eu havia sido queimada e várias partes do meu corpo,mas a parte que foi mais afetada tinha sido o rosto. Isso aconteceu porque eu estava bebendo e fui acender um cigarro,a faísca do cigarro caiu no copo e me queimou no rosto.
Ele disse que minha boca estava com várias queimaduras e foi removido pedaços de meu corpo,para poder recolocar no rosto. Minha face estava totalmente queimada. Eu estava destruída,meu rosto jamais ficaria como antes.
O médico me falava que eu era um milagre,porque queimadura naquele grau,a pessoa enfrentaria sérios problemas para sobreviver. Porém comigo foi diferente.
Com minhas amigas nada houve.
Hoje,4 anos após o acidente,eu estou viva,não consigo falar,mas eu encontrei um meio de me comunicar,através da escrita. Aprendi bastante nesses últimos anos,estou feliz porque eu estou viva. E esse tempo que tenho estado em casa,aproveitei para escrever. Lancei 3 livros. E estou feliz,feliz por eu estar viva,feliz por poder contar a minha história para várias pessoas,e feliz porque eu aceitei Jesus em minha vida,e ele agora cuida de mim. Ele não me levou naquele dia,porque ele tinha planos para mim.
-Nicoly Studart 25 anos
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